Alefe Bispo Café, estudante da 9ª série do Colégio Estadual Democrático Bertoldo Cílio dos Reis, localizado em São João do Cabrito, no Subúrbio de Salvador, tem só 15 anos, mas já fala feito “gente grande”. Dono de um discurso eloquente e consciente, ele é autor de um dos projetos selecionados para o Câmara Mirim 2024, uma ação educativa promovida pelo Programa Plenarinho, da Câmara Federal, que simula a atividade legislativa, desde a elaboração do projeto até a votação em comissões. Alefe e os demais estudantes do Ensino Fundamental selecionados vão fazer o papel de deputados mirins, apresentando, debatendo e votando em três projetos de lei, a partir desta quarta-feira (30) até sexta (1º).
No seu projeto, nomeado de “Novo ar, nova energia”, Alefe propõe a instalação de ar-condicionado em todas as salas das escolas públicas do Brasil, alimentados por painéis solares, através de recursos dos ministérios de Ciência e Tecnologia e da Educação. “O meu projeto de lei tem a finalidade de que todos os alunos das redes públicas do Brasil tenham um aconchego melhor em suas salas de aula através da climatização”, justifica. Ele detalha que a responsabilidade de fiscalizar e fazer cumprir a regra ficaria a cargo da Casa Civil da Presidência da República e a arrecadação dos valores a serem obtidos deverá vir de uma emenda especial e disponibilizados através do Fundo Nacional de Educação (FNDE) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Tecnologia (FNDCT).
“Já faz tempo que a gente fala sobre aquecimento global, queimadas, urbanização acelerada, entre outras questões atuais. Tudo isso influencia dentro das nossas escolas, causando desconforto para nós, alunos, e para os professores. Meu projeto, portanto, trata dessa expansão para trazer conforto em sala de aula, durante o calor, certos de que temos o mínimo de direito de estudar em um ambiente confortável. Mas não adianta a gente colocar ar-condicionado sem pensar em energia limpa, em sustentabilidade”, discursa o estudante, consciente de que foi selecionado para participar de uma importante iniciativa, que está completando 20 anos este ano. “Estou com uma expectativa muito boa de conhecer Brasília e como funciona o Congresso Nacional e, principalmente, a Câmara dos Deputados”, completa.
A aproximação com o Câmara Mirim, conta o jovem, foi motivada pelo interesse pela política e pelo desejo de contribuir com ideias inovadoras para o bem-estar escolar e para a construção de uma sociedade mais empática e democrata. “Somos sempre o resultado da soma dessa grande equação que é a política. Precisamos estar dentro da dela para que possamos ter coisas justas no nosso país”, reflete ele, que atua no movimento estudantil como presidente do grêmio estudantil da sua escola, além de participar da Associação de Grêmios e Estudantes de Salvador (AGES) e da União Estadual dos e das Estudantes da Bahia (UEES).
O professor-orientador Alcides Magalhães, compartilha sua satisfação de conduzir um projeto estudantil que aborda a questão da sustentabilidade e a relação com políticas públicas voltadas à escola pública. “Alefe propõe a instalação de ar-condicionado em todas as salas das escolas da rede pública, através do sistema de energia solar, o que possibilita economia e utilização de energia limpa, ao mesmo tempo que vai gerar conforto para os estudantes. Orientá-lo foi um exercício de construção constante com ele; de reflexão sobre a realidade; de pensamento cidadão; de contribuição efetiva da educação pública na vida dos estudantes. Foi, também, um processo de crescimento da minha condição enquanto professor, pensador e cidadão”, relata o docente. Ele destaca, ainda, a importância do Câmara Mirim para os estudantes. “ Tem o significado de colocar um aluno da rede estadual em projeção nacional, o trazendo de uma realidade micro para uma discussão nacional de uma ideia por ele elaborada. E isso tem um valor inestimável”.
Fonte: Ascom/SEC
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Créditos do autor: Daza Moreira
Créditos da imagem: Reprodução/Divulgação
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